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novembro 16, 2011

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Ao ler o artigo da jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum, na Revista Época, sob o título “A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico”, me dei conta de que há muito tempo penso em escrever sobre algo parecido. Seria uma espécie de telepatia?
Antes de qualquer coisa, preciso esclarecer que meu texto é um pouco mais amplo, ou seja, não se restringe apenas à religiosidade desenfreada do Brasil contemporâneo, mas percebo que há uma crescente intolerância em vários outros setores da Sociedade.

Como bem lembrou a jornalista em seu texto, parece que hoje em dia as pessoas freqüentadoras de igrejas, supostamente acreditam possuírem um poder quase sobrenatural sobre as outras, dando impressão àqueles que são diferentes, que pensam de outra forma, não praticantes de sua fé, pareçam ETs. E a coisa não para por aí, ser diferente hoje, exige um preço alto.

Como exemplo, quero citar no mundo virtual alguns sites de relacionamento. Ao se cadastrar, geralmente são pedidos alguns dados para a composição do perfil, até aí tudo bem, por alguns dias você é bem recebido pela comunidade, até que com o passar do tempo você começa a participar dos Blogs com suas ideias e comentários acerca de diversos assuntos. Pronto! Dependendo de seu posicionamento sobre o comportamento humano, e principalmente sobre seus pontos de vista em relação à fé, essa mesma comunidade que lhe encheu de boas-vindas, começa a mostrar o seu verdadeiro limite de tolerância. Ou seria mero preconceito injustificável? E o pior, a cadeia preconceituosa dos amigos dos amigos, dos amigos,  vai se multiplicando, até que você seja ignorado por todos. Esse é o preço, você já não é mais bem-vindo, por professar outra fé. Pode parecer exagero o que estou dizendo, mas é verdade!
Acho que o melhor a fazer nesse caso, é seguir a velha máxima do “semelhante atrai semelhante”, e pronto.

Muito inteligente um trecho no texto de Eliane que diz: “Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
É mais ou menos por aí... E eu diria ainda: “por que eu devo respeitar a sua fé, e você não pode respeitar a minha?”

Na vida real, além do fator “crença”, ou “participar de tal e qual igreja considerada a supostamente correta”, passaram a existir outras faíscas de intolerância, do tipo:
- Você é fumante? Está fora!
- Você é homossexual? Sem chance, isso é contra a natureza, as Leis de Deus. Ou então: “você optou por isso”. Opção?
- Você não freqüenta uma academia? Como você pode ser tão sedentário assim? Está fora!
- Ah! Não me diga que você não está no Facebook. Nem no Twitter?
- Você não beijou ninguém na noite passada? Alguma coisa errada há com você!
Etc, Etc, Etc

Somos realmente livres para sermos o que quisermos ser? Fazermos o que quisermos, ou escolhermos o que acreditamos ser o melhor para nós?
Sabe qual será o fim de tudo isso? Segregação, marginalização! E isso é muito perigoso.

Texto: Geraldo Ráiss




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