Poema
O tudo é o que se mata em vida
Creio na vida quando me sinto livre,
Livre a caminhar pela rua, sem medo.
Creio na vida quando não vejo o futuro,
O futuro nas ruas, em busca do nada.
Creio na vida quando tenho sonhos,
Sonhos que um dia sei ... poderão vingar.
Creio na vida quando vejo nosso passado,
Passado em nossos velhos, respeitado.
Creio na vida quando vejo um povo,
Um povo unido pelo mesmo ideal.
Creio na vida quando posso partilhar,
Partilhar da fauna e flora, sem vê-las de mim se amedrontar.
Deixo de viver quando a cada dia,
A cada dia ao abrir os olhos, um dos meus sonhos se vai.
Deixo de viver quando meus lábios sentem falta,
A falta de um costumeiro sorriso, que antes se espalhava.
Começo a morrer quando percebo que em vão,
Em vão é meu esforço para manterem eretos meus ombros.
Meus ombros cansados, que aos poucos caem mais e mais,
E mais distantes ainda ficaram meus ideais.
Morro, quando não consigo ser quem sou,
E quem sou não é assim tão mal
É quando soa o desencanto,
Dos encantos do meu sonho temporal.
Cada lua que da minha vida é subtraída,
Subtraída também é a certeza,
De que se morre somente na carne,
A carne, essa sim já é morta estando ainda em vida.
Poema extraído do livro "Anseios", de Geraldo Ráiss
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