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fevereiro 10, 2012

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Utilizando um novo modelo que usa a história geológica da Terra, cientistas estadunidenses concluíram que um novo supercontinente deverá se formar ao redor do círculo polar ártico, a partir da fusão entre os continentes americano e asiático. O estudo é uma alternativa às teorias tradicionais que explicam os ciclos supercontinentais.


De acordo com Ross Mitchell, ligado à Universidade de Yale e principal autor do trabalho, o novo supercontinente - batizado de Amásia - deverá se formar em cerca de 120 milhões de anos, após a o bloco asiático deslizar por baixo da América em um processo conhecido como subducção. Segundo o estudo, publicado recentemente pela revista científica Nature, a América ficaria praticamente na mesma localidade, enquanto o Mar do caribe e o oceano ártico desapareceriam.

Os modelos tradicionais mostram que áreas supercontinentes sucessivas se formam ou no mesmo local, por meio de um processo conhecido como "introversão" ou então em lados opostos do globo, através do processo de "extroversão". No entanto, a nova pesquisa mostra que a nova formação geológica não cabe em nenhum desses modelos.

No estudo, a equipe de Mitchell apresenta uma posição alternativa para formação Amásia. Nela, o próximo supercontinente ficaria a 90 graus de longitude oeste de distância da Pangeia, último grande supercontinente do passado. Pangéia se localizava onde hoje está a África e se rompeu há 200 milhões de anos.

Posições supercontinentais
A teoria de Mitchell é alicerçada principalmente na análise do alinhamento dos elementos magnéticos em rochas antigas (paleomagnetismo), que revelou onde se localizavam os polos magnéticos do planeta durante períodos específicos da história da Terra. Isso permitiu que os pesquisadores de Yale reunissem informações importantes para calcular as posições de Pangéia e os dois supercontinentes anteriores, Rodínia e Nuna.


Os cálculos mostram que tanto a Rodínia como Pangéia se formaram a cerca de 90 graus com relação aos respectivos supercontinentes antecessores. Com os resultados não se adequavam nem ao modelo da introversão nem ao modelo da extroversão, Mitchell e seus colegas propuseram um novo modelo, que batizaram de "ortoversão".

"É importante destacar que essa versão não é apenas uma solução de meio termo. Ela apresenta um estilo específico de transição intermediária", disse Mitchell.

"Agora que temos uma teoria dominante como supercontinentes tomaram forma, podemos especular como os ciclos supercontinentais vão acontecer no futuro e esse modelo mostra que o Oceano Ártico e o mar do Caribe vão fechar, fundindo as Américas e a Ásia praticamente no Polo Norte".


Modelo Elegante
Brendan Murphy, ligado ao Departamento de Ciências da Terra, da Universidade São Francisco Xavier, no Canadá disse que o novo estudo será de grande valor para a comunidade geológica.

"É certamente um modelo bastante elegante e qualquer metodologia que forneça uma explicação unificada e plausível para uma série de acontecimentos enigmáticos nos impulsiona para frente. Acredito que isso deverá estimular a comunidade geomagnética e tectônica a sair a campo e testar o novo modelo. Mesmo que esteja errado, ao longo dos anos devemos aprender muito, mas para isso precisamos testar".



Artes: No topo à esquerda vemos que a convergência prevista (setas vermelhas) está confinada dentro das zonas de subducção do "anel de fogo" (faixa azul). Amasia será localizada a 90 graus de distância do centro geográfico do antigo supercontinente Pangéia. À direita temos o futuro supercontinente Amasia, formado pela fusão das Américas e da Ásia, fechando o oceano Ártico e Mar do Caribe. Na sequência, vídeo explicativo mostra a ruptura do supercontinente Pangéia há 200 milhões de anos e que deu origem aos continentes atuais.

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